Tenho no tornozelo esquerdo resquícios do paraíso que quero encontrar pelo resto da vida.
Tenho ainda as vértebras de uma cascavél.
Sou cobra no Oriente, quem carrega o peso dos feitos do dragão.
Dragão que um dia fui, de escamas traslúcidas, que de tanto entojo tornou-se libélula que, sabe, precisa evolui - rápido e constante - para garantir sobreviver e perpetuar.
Do inseto, pregarei as asas nas costas o mais rápito quanto puder para não mais esquecer do que é preciso - evolução.
Estarão, pois, envoltas em nebuloso resquício do dragão para lembrar da nobreza e da importância.
E nos pés, ainda o guiso, ainda as vértebras
- avisar cautela ao inimigo, não custa
- nem lembrar-se de que todo feito tem peso e consequência para alguém aturar
O braço direito ainda carregará o tamanho, em escamas, do amor que sente pela pisciana
E em algum dos pulsos, o infinito
Assim que perder o medo da dor, metais cravarão locais de subterfúgios
E o que mais eu inventar...