terça-feira, 30 de agosto de 2011

Se fosse diferente, não seria eu..
E talvez meu grande erro tenho sido baixar a guarda, eliminar todas as barreiras e me mostrar assim... tão nua. Com cada mínimo detalhe à mostra, com cada mínimo defeito sob uma lupa. E eu ainda dizendo "Vem, pode olhar mais de perto... esta sou eu!"
Eu tive essa ilusão de que algum outrem me entenderia; que passaria a mão na minha cabeça dizendo "calma, já vai passar...". Porque meu mundo sempre foi assim: feito de ilusão. Sobre o mundo, sobre as pessoas, e ninguém me ensinou a enxergar direito, a puxar esse véu do rosto e caminhar com as próprias pernas. E eu sei, eu sei... são coisas que a maioria da gente aprende na mais tenra infância e leva instintivamente pra vida, mas existem alguns premiados - como eu - que simplesmente crescem desprovidos dessa informação e não têm nem mesmo feeling pra se safar. Daí tudo complica porque fica um déficit, um qualquer coisa que a gente ainda não aprendeu e é por isso que estamos sempre um passo atrás.
Eu tive essa ilusão de que amor bastava. De que amor fazia compreender. Não é assim.
Pessoas como eu estão sempre um passo atrás da compreensão das coisas porque as nossas dores sempre são as maiores e a nossa engenuidade também é.
Demora até a gente compreender que tudo não vai ser lindo como a gente sonhou. Dizem que isso é crescer. E a gente não sabe como. Eu não sei como. E acabei de ouvir que não existe fórmula pra isso. É esse "andar sozinho" que estou falando. Eu mal sei engatinhar! E os meus comtemporâneos já estão competindo em maratonas. E sem essa de "cada um no seu rítimo"...

Acho que perdi o foco...

Bom. O que eu ia dizendo é que... bem, talvez eu devesse ter deixado as minhas mazelas mais profundas num quartinho escuro, longe das vistas dos outros. Mas havia tanta sinceridade em mim, ao abrir meu peito, que achei realmente justo me mostrar por inteiro. Porque eu não queria me entregar pela metade. Nem pensei no resto. Nos contras. E se você não é pago pra isso, você nunca vai entender. É como eu disse antes... estou sempre um passo atrás por puro retardamento genético. Eu ainda tropeço nos meus próprios passos porque apesar de compreender melhor como as coisas funcionam hoje, ainda custo a me adequar. Porque pra mim, muita coisa ainda é dolorida.. agir como o resto do mundo ainda me dói. Ser assim desacreditado das coisas pra mim é muito ruim. E é duro porque ainda reluto a me adequar.

Eu não dei pouca importância.
Eu não deixei de cultivar...
Eu estava me esforçado ao máximo pra vencer a paralisia crônica que eu tinha só pra ir te buscar as flores mais lindas...
Só que eu estava no meio do processo. E o meu tempo é lento.

Pena esse nosso descompasso.
Se eu tivesse sorrido mais e venerado os dias alegremente, com certeza eu te faria mais feliz.
Mas seria tão falso que eu não iria aguentar.

Poderia ter sido tudo diferente...
Mas não seria verdade.
E não seria eu.