segunda-feira, 16 de junho de 2008

Ilusão de mulata

Não tenho tempo pra cantadas de pedreiro
Passo reto praguejando o infeliz
Ainda devaneio tropeçar num qualquer que não me enxergue peito-e-bunda
Mas entrelinha e rodapé.

domingo, 8 de junho de 2008

Não tenho camiseta preta

"Penso que o Protesto é a manifestação de um incômodo imenso, daqueles que não se pode agüentar calado e que a gente não sabe exatamente como resolver sozinho. Por isso é que estampamos a moléstia no peito, orgulhosos da coragem e isentos da culpa da falta de compreensão. O que importa é o sentimento que tudo que digo numa única imagem te transmite e tanto faz se, pra uns e outros, ainda assim não faz sentido."

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Impress me

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Engov, arruda e água-benta

Não foi o excesso de cigarro impregnado na roupa ou no cabelo no fim da noite. Todo aquele auto-repúdio, um “enojamento” por si própria, tinha fundo psicológico e tanto sabia que procurava de maneira racional – no banho, enquanto esfregava a pele como toda força – dissipar aquele pensamento. Vinha o último sábado a noite à cabeça.
Não viu a tal fada verde. Três doses misturadas a outros alcoólicos menos nobres e o máximo que sentia era a embriaguês típica de quem já bebeu além do que devia; nada de alucinações. Viu no máximo o amigo da amiga e consentiu a aproximação. Talvez por isso tenha se sentido desconfortável: perto demais. Antes desse, só um único outro, mas antes havia amor – não um sentimento qualquer, amor mesmo – e nesse não. Só uma simpatia pela cara do guri mesmo.
Infelizmente, a primeiro contato, foi só simpatia mesmo. Então não teve aquela resposta químico-hormonal condizente com as regras normais do jogo. O que teve foi um velho clichê corporal daqueles tão batidos que deixam tudo automatizado. Pena. Porque o rapaz lhe pareceu realmente simpático. Pena. Porque nessa fase da vida em que está – a de se sentir velha pras contemporaniedades atuais – acha que tudo que vai sem sentimento não vale, portanto ter-se assim em alguém de quem só sabia o nome e já assim, o sabendo pelas intimidades, lhe pareceu da superficialidade dos contos das messalinas do Oriente. Onde estava enfim a bandeira que vinha sustentando e todas aquelas convicções? Por água abaixo é que estavam. Esvaindo pelo ralo do banheiro apertado e pouco higiênico no qual foi parar junto ao garoto. Em verdade, teve nojo de si.

No fim, quis acreditar que era só o psicológico frágil por falta de sustentação emocional e que a sobriedade levaria à compreensão.